Quem sou eu

Irajá, Rio de Janeiro, Brazil
Estive deprimido nos últimos anos mas parece que acabou. Amanheci muito bem na segunda e continuei bem a semana toda. Percebi uma coisa muito importante. Percebi que sou livre. Estou no auge de minha forma física e mental e sou livre como nunca fui. Livre como talvez nunca vou ser. Mais livre do que a maioria das pessoas que conheço jamais será.

domingo, 25 de novembro de 2007

Ponto de Vista

Cena 1 – O Passageiro

Ele sabia que estava sendo guiado, mas por quem ou para onde eram incógnitas. O ronco surdo do motor somado aos riscos formados pelas luzes que passavam em alta velocidade só o deixavam mais confuso!

Aos poucos ele parou de se importar e foi transportado para um mundo onde não precisava se preocupar com mais nada, a não ser com a beleza do momento.

Sentindo o vento batendo fortemente no seu rosto, devagar ele olha para trás e percebe a uma nuvem de gotas brilhantes que parecia se formar logo atrás do carro.

Ele estava entregue. Que viessem as luzes. Que o levassem para onde quer que fosse.

Nada mais importava.


Cena 2 – o Motorista

Ai meu Deus, ai meus Deus!

Mais depressa, eu não posso parar! Tenho que ir o mais rápido possível!

Droga, o que eu faço agora? Eu sabia que essa história não tinha como acabar bem.

Passageiro, me ajude! Preste atenção e me ajude! O que eu faço agora?

Não, não coloque a cabeça para fora, é perigoso... Não olhe para trás! Não!!!

Mais rápido, só posso ir mais rápido!


Cena 3 – O Transeunte

O som de um carro se aproximando em alta velocidade chama a sua atenção imediatamente!

Na mesma hora ele é tomado pelo medo. Sabia que andar àquela hora da noite sozinho pela cidade não era uma boa idéia, mas ele tinha que provar para todos que era capaz.

Mesmo contra todos os pedidos da mãe, da namorada e dos amigos ele saiu e decidiu encarar o mundo sozinho, pois finalmente estava pronto para o que desse e viesse!

Olhando fixamente para o carro que se aproximava, percebeu que estava imóvel!

No meio da curva, se o carro perdesse o controle, ele seria atingido diretamente. Diante do inevitável, aceitou o seu provável destino e esperou...

Mas como que por obra do Divino o carro conseguiu fazer a curva. Já chorando de emoção não conseguia enxergar quase nada devido às fortes luzes dos outros carros.

Neste momento, como que definitivamente agraciado pelo Altíssimo, viu uma nuvem brilhante emanando do veículo quase algoz em sua direção. Na iminência do momento mágico sentiu-se orgulhoso por estar ali depois de ter enfrentado a tudo.

Só que o orgulho durou pouco. Após sentir-se banhado por uma aura de aprovação, começou a sentir outra coisa: o odor nauseante e característico de um refluxo estomacal!


Epílogo

O Passageiro estava na iminência de um coma alcoólico e vomitou.

O Motorista dirigia desesperadamente para levar o amigo a um hospital.

O Transeunte, bom o Transeunte teve que voltar para casa para tomar um banho...



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