Quem sou eu

Irajá, Rio de Janeiro, Brazil
Estive deprimido nos últimos anos mas parece que acabou. Amanheci muito bem na segunda e continuei bem a semana toda. Percebi uma coisa muito importante. Percebi que sou livre. Estou no auge de minha forma física e mental e sou livre como nunca fui. Livre como talvez nunca vou ser. Mais livre do que a maioria das pessoas que conheço jamais será.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Tentando voltar às origens

É difícil escrever um texto no momento em que estou almoçando, mas não sei, tenho a leve impressão de preciso disso. Preciso escrever um texto aqui. Preciso escrever algo que me levou a ter vontade de escrever aqui. Algo que me deu uma vontade a mais nos momentos de pouca inspiração.


Sim, almoço na frente do computador apenas por isso. Mas como é difícil escrever algo que realmente tenha a cara do blog. Nesses quase 3 meses, se não me engano, vários textos foram escritos, uns ótimos, outros péssimos, sempre na minha visão. Mas talvez a única coisa presente em todos os textos, foi sinceridade.

Mas a sinceridade a qual me refiro não é aquela de dizer sempre a verdade, de gestos que simples com um sentimento singelo(estranho mas é). Acho que nem eu sei direito qual sinceridade quero falar aqui agora. É uma sinceridade simples, que nem pensando muito conseguirei explicar. Uma sinceridade que vem junto com uma vontade de fazer as coisas acontecerem.

A frase que vem na minha cabeça é aquela que falei com um amigo esses dias "lutar sempre, sem desistir, mesmo que não haja mais motivos para lutar". Essa frase talvez demonstre a sinceridade que quero dizer. Uma sinceridade que vem do mais longínquo(de longe) do coração de uma pessoa. Algo que motiva alguém a fazer uma coisa como comer uma bergamota ou tomar um fruki com os amigos em um dia de temporal. Algo que motiva alguém a tirar fotos com uma vela na mão porque não há luz e que também motiva a ir com um grande amigo tomar refrigerante e comer salgadinho em um mercado depois de uma aula.

Essa sinceridade... essa vontade de querer fazer aquilo que te faz feliz ... essa sinceridade... que te motiva a ir a aula todos os dias, mesmo que você não tenha nos seus colegas, amigos para conversar e confiar, que faz você sorrir mesmo que o mundo esteja cheio de falsidade, que te faz ser autêntico e simples mesmo convivendo com plaiboizinhos e patricinhas fúteis. Sinceridade que te faz ser autêntico em um mundo onde mentir é mais comum do que falar.

Essa sinceridade... que não pode ser explicada, não está no tradicional dicionário(a maior invenção da história... hehheheheh), que não possui um conceito próprio. Essa sinceridade... que me faz rir enquanto escrevo esse texto. Que me faz rir do "a cada dia um recomeço", que me faz sorrir só porque o meu primo está xingando os normais. Essas sinceridade que me fez dividir o mundo em dois tipos de pessoas. Essa sinceridade que me faz a cada dia mais carioca, mais flamenguista, mais paranóico, mais depressivo, mais palhaço, mais esfomeado, mais sincero... mais maluco.

Algo que... não consigo tentar definir... sinceridade... de viver. De viver a vida, lutando a cada dia por um mundo melhor. Sinceridade que me faz dizer que me orgulho de ser flamenguista, amigo dos meus amigos malucos, entre muitas outras coisas(como comedor de macarrão e bebedor de cerveja).

Uma sinceridade... que talvez não seja só sinceridade... mas que... mudou a minha vida... à partir do momento em que darei valor a ela.

Abraços e talvez eu volte só na segunda pelas muitas ocupações do final de semana. Hehehe.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Quero morrer

Eu quero morrer porque sou um covarde, que se preocupa com a opinião de todo mundo, menos com a minha. Quero morrer porque não tenho coragem de enfrentar meus pais, arregaçar as mangas e construir a minha própria vida. Quero morrer porque acredito tanto em Deus que chego a ter medo Dele. Quero morrer porque me sinto sozinho, porque não tenho amigos com quem posso falar essas coisas abertamente. Quero morrer porque tenho 25 anos e quando olho para trás vejo que só fui infeliz. Quero morrer porque quando alguém lê ou escuta essas minhas palavras de desabafo, sempre me diz: "isso é frescura...vc tá querendo chamar a atenção". Quero morrer porque me sinto só, muito só, me sinto um nada. Quero morrer porque não gosto do meu corpo, do meu rosto. Quero morrer porque não me acho uma pessoa interessante o suficiente para despertar o desejo de uma mulher. Quero morrer porque meu futuro está nas mãos de meus pais e eles não me entendem...Quero morrer porque tô cansado de ouvir que os meus sentimentos não são nada, que eu sou uma fresco... Quero morrer porque nunca vou ter sossego, nem paz para poder ser eu mesmo, para poder pensar com a minha cabeça e fazer as coisas do meu jeito. Quero morrer porque nunca vou ter coragem de dizer aos meus pais essas palavras, por medo deles passarem mal. Quero morrer porque se eu falar alguma coisa para o meu irmão, ele não vai me entender e nem vai tentar me ajudar. Quero morrer porque sou uma pessoa rancorosa, cheia de mágoas, que não consegue passar um dia sem pensar nessas dores. Quero morrer porque prefiro me trancar no quarto e sonhar com uma vida além da minha do que fazer alguma coisa para mudá-la. Quero morrer porque não tenho coragem de desistir de ser Irmão por medo de ser castigada por Deus ou da minha mãe infartar. Quero morrer porque eu quero mudar a minha vida e não posso, não tenho coragem nem mesmo para me matar...

Quero morrer 2

Quero morrer...tenho pensado nessa frase muitas vezes durante os meus dias! Não tenho coragem de me matar, apesar de já ter tentado. E por não ter mais essa coragem rezo sempre a Deus que me leve, do jeito que ele preferir e achar melhor, mas me leve, de preferência sem dor, mas me leve, me leve rapidamente, neste instante se possivel, antes que eu termine sequer esta mensagem...me leve! Tenho 25 anos e não aguento esta vida, definitivamente não aguento mais viver! Morrer deve ser um alívio. Olho pra trás e só vejo tristeza. Talvez eu não saiba aproveitar o que a vida me deu: tenho casa, comida, tenho inteligência suficiente para fazer sucesso na vida, mas nada disso pra mim tem valor! As vezes me sinto um ingrato, mas nada posso fazer, não sou feliz. Apesar de ter tudo isso, me sinto rejeitado, humilhado e desprezado pelas pessoas que mais amo nessa vida: minha família! Tento fazer de tudo pra agradar, mas nunca consigo. Tento ser amigavel e amavel, mas sempre me ferro. Sempre tomo uma bronca por tentar ajudar. Não me consideram pra nada, tento fazer parte da familia mas parece que se eu não voltar pra religião eu nunca serei bom o bastante. Não aguento mais esse sentimento. Estou desistindo de viver cada vez mais a cada dia que se passa....

Depressão...

Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem "para baixo" de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste.
Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre para o clima da região em questão. O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a banho de sol. Nos climas tropical e polar haverá dias mais quentes, mais frios, mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de variação. O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores assim como o não deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de sol no pólo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a roupa para se bronzear. Este tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Sobre Fábricas

Fabricar é um dom humano. Baboseira. É uma diversão mesmo. Tanto que muitos brinquedos de criança giram em torno da idéia de fazer do pimpolho um pequeno construtor... Daí as massinhas no jardim de infância, as fábricas de sorvete da Eliana, a fábrica de bonequinhos do Mickey e do Pato Donald. Além da geleca e de outras coisas nojentas ou comestíveis com que se lambuzam os pequeninos, sempre misturando marzipã com suor, macarrão com folha de cafifa (pipa, para os não-cariocas)...


Mas não é só de diversão e alegria que vivem as linhas de produção da vida. Há muita coisa terrível e triste em:

Fábricas de madeira: certa vez me hospedei perto de uma fábrica de madeira (!). Bom, quando crianças, aprendemos que a madeira se fabrica na floresta, mas eu garanto: escutava o dia inteiro essas benditas máquinas lançarem farpas e pó de árvore para todos os lados – um horror.

Fábricas de sabão: se você era um menino um tanto saidinho, com certeza ouvia a sua mãe dizer: “Se comporte, senão vou mandar o velho do saco te pegar e te levar pra fábrica de sabão”. Isso quando não ameaçavam os cachorros abandonados ao mesmo destino. Sempre o mesmo velho do saco era responsável pelo crime bárbaro – transformar crianças e cães em sabonetes Dove ou Palmolive ou sabão de lavar roupa Rio. Cá pra nós, há sabões bem escuros que realmente parecem terem sido feitos de uma coisa bem nojenta. O pior foi que, ao ver o filme “Clube da Luta”, descobri que realmente pessoas podem virar sabão – não queira conferir.

Fábricas de chocolate: cidades frias como Penedo, Petrópolis, a cidade-fictícia-de-chocolate-com-pimenta, Campus do Jordão, entre outras, sempre têm três coisas: casas de Papai Noel, casinhas de duendes e chocolates, muitas fábricas de chocolates. Aqui no Rio de Janeiro é comum que as escolas façam excursões com as crianças para uma de suas cidades frias e lá elas conhecem um mundo de chocolate. Uma pena que não é nada parecido com aquela lendária fábrica do Sr. Wonka, no filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, em que crianças são castigadas pelos seus pecados enquanto se empanturram do doce viciativo.

Fábricas de sapatos: há alguns anos, a Ana Paula Padrão começou a mostrar o “Mapa do Emprego” no Jornal da Globo. A primeira cidade em que haveria, segundo a reportagem, milhares de vagas para todos os desempregados do País seria Franca – interior de São Paulo. Para quê? Fazer sapatos. Tá bom! Eu vou largar o meu diploma de Cinema (ok.. ok...eu ainda vou ter um dia ), e me mudar para o interior de outro Estado fazer sapatos numa linha de produção – melhor o Brasil mudar mesmo.

Fábricas de estátuas e máscaras de carnaval: sempre há reportagens na TV sobre esse tipo de fábricas. Que interessante a linha de produção das máscaras; que legais os desenhos; que ricos os protótipos. São programas tão importantes para a nossa cultura geral quanto o Globo Repórter sobre “os hábitos noturnos das onças que ficam à esquerda do Rio Araguaia e perto da bruxa, uma nova espécie de coruja”. As fábricas de estátua (?) vão pelo mesmo caminho. Os repórteres mostram a importância dos manequins e da forma como são fabricados para o lançamento de modas.

Fábricas da Felícia de Tiny Toons: você alguma vez com certeza recebeu algum e-mail assim: “Cuidado! Boicote estas empresas e marcas: Semp Toshiba, Dove, Johnson & Johnson, Rainha, Faber Castel, Brastemp, Hering, entre outras – elas usam animais nos seus testes para o uso dos produtos”. Agora me respondam os gênios que mandam essas correntes: O que leva uma empresa de televisão a usar animais no teste do uso dos produtos? Eles usam a gordura do bicho na composição de suas peças ou os tortura mandando-os ver filmes de cachorro mesmo? Não, porque até pros cachorros filmes de cachorro são um horror.

Abraços, meus queridos,

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Eu também quero o selo! Eu quero!

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Content Face – A Cara de Conteúdo na Sociedade Moderna

Há alguns anos um grande Jornal de São Paulo lançou uma campanha publicitária dizendo que quem não lia o periódico em questão vivia fazendo a tal Cara de Conteúdo. Essa campanha, além de alavancar as vendas do jornal, despertou o interesse dos cientistas e sociólogos para o Fenômeno da Cara de Conteúdo.

Segue trecho extraído de artigo publicado na revista científica “Scientific, What?” (1):

Analisando o Fenômeno, podemos citar dois tipos de Cara de Conteúdo (os Sociólogos chamaram o fenômeno de “Content Face” para dar um ar mais chique na coisa – afinal, em inglês o pessoal respeita mais): a “Content Face Falante” e a “Content Face Silenciosa”.


“Content Face Falante”

Imagine a cena: Empresa multinacional, Gerente com muitos anos de experiência, entrevista final para emprego e engenheiro recém-formado. Já dá para ver que mesmo na sala de espera o gajo está tão tenso que até o ar ao seu redor pára de se mover. Durante a entrevista tudo ocorre relativamente bem, até que o Gerente começa a falar sobre a situação da crise social e política que ocorre no Turcomenistão (2) devido à Guerra no Iraque e à Invasão da Favela Para Pedro.

Pronto, o rapaz fica branco até o último fio de cabelo, pois sabe que aquilo é mais um teste que está sendo aplicado. O Gerente quer na verdade saber como ele se sai numa situação como esta, pois até cinco minutos atrás provavelmente nem sabia dessa crise, nem da existência de um país chamado Turcomenistão e de uma Favela chamada Para Pedro.

Involuntariamente, a “Content Face” começaria a entrar em ação, como um mecanismo de autodefesa do indivíduo. O entrevistado cruzaria uma perna sobre a outra, apoiaria o cotovelo esquerdo sobre o braço da cadeira ou na beirada da mesa e seguraria a cabeça com a mão formando um “L” entre o polegar e o indicador.

Neste momento é claro que ele não sabe o que falar, mas fazendo esta expressão séria com o corpo todo, discorreria um pouco sobre a política externa estadunidense e sobre como o Governo do Estado do rio de Janeiro deveria agir , cuja irresponsabilidade poderia abalar toda a região.

Pronto, uma resposta vaga aliada a uma Cara de Conteúdo, digo “Content Face”, e o entrevistado deu um jeito.


“Content Face Silenciosa”

Mas não podemos deixar de lado os casos onde a “Content Face” é aplicada junto de um silêncio completo. É possível que a modalidade Silenciosa seja ate mais importante do que a Falante, pois a encontramos aplicada às mais diversas situações:

Livrarias: por incrível que pareça, esse ambiente propício ao desenvolvimento do conhecimento está infestado de pessoas que simplesmente não sabem nada sobre qualquer coisa e precisam aplicar a “Content Face” com grande freqüência. Normalmente são os próprios vendedores que param para escutar os pedidos mais estranhos e passam todo o tempo a concordar como se soubessem do que se trata. Quando você para de falar eles correm para o terminal de pesquisa para tentarem encontrar a resposta...

Encontros românticos: o rapaz está muito interessado na garota que finalmente concordou em sair com ele. Nos idos do encontro a conversa descamba para os acontecimentos da última novela das oito. Pronto, toca aplicar a cara de conteúdo para fingir que sabe tudo sobre todos os personagens, até o momento em que a aproximação finalmente permite um beijo salvador!

Consultas médicas: infelizmente a “Content Face Silenciosa” tem sido muito presenciada em consultas do sistema público de saúde. Enquanto o paciente discorre sobre o problema, a “Content Face” é aplicada pelo médico que, ao final da consulta, decreta: ANTIBIÓTICO! Não importando o problema, é claro.

Salas de aula: O professor pergunta: “Alguma dúvida, classe?”; e o silêncio impera, com toda uma turma praticando o mesmo gesto. Seria a “Content Face” contagiosa?

Reuniões no trabalho: O chato-mor do escritório começa a discorrer horas a fio sobre um tema. A única forma de sobreviver a isso é a aplicação da “Content Face” enquanto ele fala e os ouvintes podem ficar pensando nos seus planos para o final de semana. Dizem por aí que os executivos transmitem a técnica para amigos de confiança e guardam grande sigilo sobre o assunto.

Provas: Essa é clássica. Chegamos a presenciar uma sala de engenharia com quase oitenta indivíduos praticando a “Content Face”. Isso normalmente ocorre quando a prova está impossível e o professor olha para alguém, pois é bom que pense que esse alguém sabe tudo, senão o mesmo será perseguido durante toda a prova, atrapalhando qualquer possibilidade de “cola”.

***

Após essa explanação, todos podem identificar o fenômeno e perceberam a gravidade do assunto. Além das facetas descritas acima, já sabemos da existência de inúmeras outras que assolam a população mundial.

A pesquisa ainda está em seu estágio inicial, mas já alarma os especialistas. O próximo passo é o estudo detalhado, em voluntários (8), dos efeitos do “Content Face” a curto e longo prazo na sociedade e nos indivíduos, tanto no aspecto psicológico quanto no físico, uma vez que cada vez mais pessoas apresentam uma estranha atrofia dos músculos do polegar e do indicador.

Num futuro, que esperamos ser bem próximo, mais será publicado sobre o tema e poderemos desenvolver tratamentos eficazes para o fenômeno do “Contet Face”.

Graças a esses esforços já podemos vislumbrar um mundo sem Cara de Conteúdo!

Turcomenistão, Dezembro de 2007.

Obs.:

(1) Scientific, What? é uma respeitada revista científica de circulação mundial mas que infelizmente ainda não é publicada no Brasil nem na Europa, Ásia, América do Norte e Oceania.

(2) Turcomenistão é um país do Oriente Médio com área menor que a Favela Para Pedro no Rio de Janeiro.

(3) Voluntários gentilmente cedidos por Prisões Russas, Brasileiras, Americanas (situadas no Iraque, é claro), e o "Buteco" Padrinho's Bar.


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Sangue

Ontem assisti ao “Cazuza”
O homem que era um menino
Arteiro e livre como qualquer criança.
E pensei em como era triste
Amar a vida e ter que partir cedo.

É que somos frágeis, de carne e osso
E nosso sangue é precioso.

Cazuza, Renato, Freddie
(Poesia e juventude, rebeldia e amor)
Foram-se, levados pelas mesmas mãos.
Mas a doença é inofensiva
Ao legado de idéias e música
Que enquanto quisermos, será eterno.

Há tantas vítimas entre os homens.
Como seria poder salvar a vida
De uma criança, de um jovem, de um velho?
Como um passarinho, que para apagar um incêndio
Leva uma gota de água em seu bico
Podemos pensar em alternativas à doação de sangue.
É tão pouco, se formos poucos,
Mas se contarmos todas as aves do céu...

E como não sou poeta, deixo palavras de quem era:


“Ideologia, eu quero uma pra viver.” (Cazuza)


“Ter bondade é ter coragem.” (Renato Russo)


“That time will come,/ one day you'll see,/ when we can all be friends....” (Freddie Mercury)

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domingo, 25 de novembro de 2007

A Temida Bexiga Tímida

Mais um mal que assola o mundo masculino está prestes a ser eliminado. Homens do mundo inteiro estão ansiosos pela decisão do Conselho de Arquitetura de Casas e Afins (C.A.C.A.) do Turcomenistão, que criará um precedente mundial para dar início a uma verdadeira revolução na arquitetura dos banheiros públicos.

Após uma pesquisa envolvendo aproximadamente cinco mil homens turcomenos, constatou-se que aproximadamente 80% da população masculina do país sofre da temível Síndrome da Incontinência Física e Urinária (S.I.F.U.), popularmente conhecida por Mal da Bexiga Tímida.

A S.I.F.U. manifesta-se principalmente em banheiros públicos, quando estes estão lotados e todos os mictórios encontram-se ocupados. Neste momento, homens de todas as idades passam pelo terrível constrangimento de não poderem olhar para os lados e se preocuparem o tempo todo em ter alguém observando o uso do seu “órgão”.

Para muitos, como o jovem executivo C.A.G.A.O., 29 anos, isso pode ser uma tortura. “Já houve ocasiões em que saí de uma sessão de cinema 10 minutos antes do final do filme só para poder usar o banheiro sozinho.”, diz C.A.G.A.O., claramente abalado por sempre perder o final dos filmes no cinema.

Com base em relatos como este e no resultado da pesquisa, a C.A.C.A. está prestes a anunciar uma nova norma de regulamentação de banheiros, em que cada mictório deverá ser construído em cabinas exclusivas. Estará então aberto o precedente para que os homens possam se aliviar em paz.

Mas nem todos são a favor da idéia.

Ilustres psicólogos do país estão alarmados pois dizem que essa atitude estaria apenas mascarando um grave problema, e que métodos ilusórios como este não resolvem nada.

“Os homens devem aprender a lidar com esse tipo de problema, e a melhor forma de fazerem isso, é enfrentarem seus medos!”, diz o Dr. Sergay Boiolévisk, presidente da Associação de Psicologia local.

Ele propõe que ao invés de gerarmos altos gastos com a construção de divisórias para os mictórios, o governo devesse investir em subsídios para programas de tratamento como os desenvolvidos em sua clínica.

Segundo o médico, o método é simples: o indivíduo tem que aprender a superar os seus medos enfrentando a presença de alguém a fitá-lo, enquanto tenta dar vazão aos sentimentos, ou melhor, vazão ao xixi. Dr. Sergay ressalta que é tudo feito com muito profissionalismo, e ele inclusive é o encarregado de fazer o acompanhamento “in loco” de alguns casos.

A fim de verificar a eficácia do tratamento psicológico, a equipe da “Scientific, What?” foi convidada a participar de uma sessão do tratamento em questão, conduzida pelo próprio Dr. Sergay Boiolévisk e formamos assim também o nosso ponto de vista: MICTÓRIOS INDIVIDUAIS JÁ!

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Ponto de Vista

Cena 1 – O Passageiro

Ele sabia que estava sendo guiado, mas por quem ou para onde eram incógnitas. O ronco surdo do motor somado aos riscos formados pelas luzes que passavam em alta velocidade só o deixavam mais confuso!

Aos poucos ele parou de se importar e foi transportado para um mundo onde não precisava se preocupar com mais nada, a não ser com a beleza do momento.

Sentindo o vento batendo fortemente no seu rosto, devagar ele olha para trás e percebe a uma nuvem de gotas brilhantes que parecia se formar logo atrás do carro.

Ele estava entregue. Que viessem as luzes. Que o levassem para onde quer que fosse.

Nada mais importava.


Cena 2 – o Motorista

Ai meu Deus, ai meus Deus!

Mais depressa, eu não posso parar! Tenho que ir o mais rápido possível!

Droga, o que eu faço agora? Eu sabia que essa história não tinha como acabar bem.

Passageiro, me ajude! Preste atenção e me ajude! O que eu faço agora?

Não, não coloque a cabeça para fora, é perigoso... Não olhe para trás! Não!!!

Mais rápido, só posso ir mais rápido!


Cena 3 – O Transeunte

O som de um carro se aproximando em alta velocidade chama a sua atenção imediatamente!

Na mesma hora ele é tomado pelo medo. Sabia que andar àquela hora da noite sozinho pela cidade não era uma boa idéia, mas ele tinha que provar para todos que era capaz.

Mesmo contra todos os pedidos da mãe, da namorada e dos amigos ele saiu e decidiu encarar o mundo sozinho, pois finalmente estava pronto para o que desse e viesse!

Olhando fixamente para o carro que se aproximava, percebeu que estava imóvel!

No meio da curva, se o carro perdesse o controle, ele seria atingido diretamente. Diante do inevitável, aceitou o seu provável destino e esperou...

Mas como que por obra do Divino o carro conseguiu fazer a curva. Já chorando de emoção não conseguia enxergar quase nada devido às fortes luzes dos outros carros.

Neste momento, como que definitivamente agraciado pelo Altíssimo, viu uma nuvem brilhante emanando do veículo quase algoz em sua direção. Na iminência do momento mágico sentiu-se orgulhoso por estar ali depois de ter enfrentado a tudo.

Só que o orgulho durou pouco. Após sentir-se banhado por uma aura de aprovação, começou a sentir outra coisa: o odor nauseante e característico de um refluxo estomacal!


Epílogo

O Passageiro estava na iminência de um coma alcoólico e vomitou.

O Motorista dirigia desesperadamente para levar o amigo a um hospital.

O Transeunte, bom o Transeunte teve que voltar para casa para tomar um banho...



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Estrela da Manhã

Era uma vez um reino. E era uma vez uma garotinha, nascida nesse reino em uma época distante, quando as mulheres ainda não eram consideradas totalmente... pessoas. No entanto, essa menina havia sido predestinada para brilhar. Estrela da Manhã era o seu nome.

A pequenina transformou-se em uma bela jovem, e certo dia colhia flores em um bosque quando notou alguma coisa que sobrevoava aquela região. Ao olhar para o alto, encantada reconheceu o personagem das histórias preferidas que ouvia de seus pais antes de dormir: um Domador de Pássaros montado em seu alado gigante, passando rápido, ofuscado pelo sol vespertino.

Estrela da Manhã passou a seguir as pistas dos Domadores de Pássaros que passavam por aquela região. Por ser insistente, um dia conseguiu fazer com que fosse levada num de seus passeios, realizando seu primeiro grande sonho de visitar o céu.

Um destes domadores, surpreso com a paixão da jovem pela arte de voar, prometeu à Estrela da Manhã que a ajudaria a tornar-se uma Domadora de Pássaros também. Escreveu uma carta a um de seus mentores recomendando-a, pouco antes de partir para sua última viagem.

Estrela vendeu tudo o que possuía e disse adeus aos pais. Deixando seu pequeno povoado, dirigiu-se a uma cidade imensa, onde seu instrutor recebeu-a para as primeiras aulas.

Dedicada, corajosa e persistente, ela aprendeu a dominar os Grandes Pássaros, e logo a notícia de que uma moça de apenas dezessete anos havia realizado esta proeza correu todo o reino.

As pessoas reuniam-se para vê-la planar sobre os campos verdes da região. Todos admiravam a jovem Estrela da Manhã.

O próprio Domador de Pássaros Número 1 soube de sua fama e a presenteou com um brasão encantado, para protegê-la em cada um de seus vôos. Estrela sentiu-se eternamente grata e jurou retribuir àquela grande honra.

Enquanto a maioria das mulheres realizava seus sonhos dourados ao se tornarem esposas e mães, Estrela da Manhã vivia uma paixão ardente com o infinito. Os anos se passaram e agora aquela mulher colecionava inúmeras façanhas. Já havia cruzado distâncias incríveis, atravessado reinos, ensinado a outros a arte que aprendera a dominar. Admirada por reis, monarcas e imperadores de nações próximas e longínquas, era convidada de honra nos banquetes e festas mais suntuosas. Seu prestígio foi suficiente para convencer o capitão da famosa Ordem de Cavalaria Cósmica a homenagear o Domador de Pássaros Número 1. Assim, o nome dele foi escrito com tinta brilhante e eterna na superfície da Lua, e Estrela finalmente devolveu-lhe a gentileza que a alentou durante todos aqueles anos.

Até mesmo pouco antes de completar um centenário de vida, ao contar suas peripécias aos mais moços, eles se encantavam ao perceber que a jovem brilhante e sonhadora continuava bem ali em suas frentes, não obstante do lado de fora vissem somente uma senhora vagarosa e frágil.

Embora toda história de aventuras precise de grandes derrotas e reerguidas para encantar aos olhos dos leitores, esta não contará com este artifício, pois a vida de Estrela da Manhã foi toda para as conquistas e vitórias, contrariando as expectativas mais otimistas que pudéssemos ter quanto a uma jovem, de um tempo distante, que quisesse aprender a voar.


***


Pareceu-lhe um autêntico Conto de Fadas? Note bem, não há nada de familiar nesta história um tanto imaginativa?

Pois é, tudo isso aconteceu de verdade, aqui no Brasil. Basta trocar palavras como reino por país, monarcas por presidentes, etc, e logo surgirá a história de uma das pioneiras da Aviação feminina no Brasil, Anésia Pinheiro Machado.

Nascida em 1904 na cidade de Itapetininga, deixou o interior de São Paulo para morar na capital onde, em 1921, iniciou seus primeiros estudos de aviação através do apoio do capitão João Busse, piloto da Força Policial do Paraná, que escreveu um bilhete recomendando a jovem ao tenente Reynaldo Gonçalves, aviador da Força Pública de São Paulo, pouco antes de sofrer um acidente fatal durante uma decolagem.

Com apenas dezessete anos, Anésia foi a primeira mulher a realizar um vôo-solo no Brasil. Em 1922, voou de São Paulo ao Rio de Janeiro em quatro dias, em homenagem ao Centenário da Independência, tornando-se a primeira brasileira a realizar um vôo interestadual. Nesta ocasião recebeu muitas homenagens, em especial a que lhe foi prestada por Santos Dumont, que juntamente com uma carta de felicitações, presenteou-a com uma réplica da medalha que ele próprio havia recebido das mãos de Princesa Isabel.

Anésia também foi a primeira aviadora brasileira a realizar em 1951 um vôo transcontinental, ligando as três Américas, e também a que cruzou a Cordilheira dos Andes em avião monomotor, pelo Passo do Aconcágua.

Em 1973, Ano do Centenário do Pai da Aviação, pôde homenagear este grande brasileiro nos Estados Unidos, quando por sua sugestão o Comitê Internacional de Nomenclatura Astronômica deu o nome de Santos Dumont a uma cratera na Lua.

Pouco antes de falecer aos 95 anos, lúcida como em sua juventude, Anésia afirmou: “Tive a vida mais feliz que alguém poderia ter”.

Na minha opinião a história dela, que conheci há pouco tempo assistindo a um documentário na TV Cultura, é a prova de que o esforço e a determinação são meios eficientes para se transformar sonhos em realidade. Até mesmo se eles forem fantasiosos como os contos de fadas...

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Fontes para consulta:

Página de Personalidades do Comando da Aeronáutica

Página organizada por Alex Pinheiro Machado Rodrigues
Obs: Nesta página o ano de nascimento de Anésia aparece como 1902, e nos demais materiais consultados, 1904, portanto, adotamos este último).

Documentário: "Anésia, Um Vôo no Tempo" (Ano 2000, Direção de Ludmila Ferolla. Duração: 73 min.)



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Sobre Chimpanzés e Outras Mutações

“O grupo dos chimpanzés já não é a horda submissa à tirania desenfreada do macho polígamo, mas sim uma organização social com diferenciação interna, intercomunicações, regras, normas, proibições.”¹

Foi um longo e penoso caminho até que os chimpanzés chegassem a esse ponto de socialização. E vale ressaltar que ainda não chegamos onde deveríamos. Nesse mundo quase dominado por chimpanzés selvagens, os poucos e quase extintos Homo sapiens restantes lutam para mudar a situação. E a maior arma nessa guerra entre primatas é, sem dúvida, o conhecimento. Portanto, vale lembrar como tudo começou...

No princípio o Big Bang criou o céu e a Terra. Por ser um fenômeno inconsciente não houve ninguém pra dizer depois “e ele viu que foi bom”.

Mas foi a evolução quem povoou a Terra de seres inúteis. Sim, a evolução do Design Inteligente (de acordo com os novos criacionistas que agora preferem ser chamados de “adeptos da teoria” que carrega o mesmo nome. Para fins de termos técnicos usaremos a seguinte abreviatura: “E.D.I.”, para: Evolução por Design Inteligente).

Após “criar” seres que não servem pra nada como lêmures, tarsus, tarsilas e amaral (EDI sempre foi meio confusa), ela optou por fazer evoluir algo mais útil, mesmo que essa suposta utilidade fosse um tanto inútil num contexto mais amplo (sinais de inteligência duvidosa). Assim surgiu Simas, o 1º dos chimpanzés selvagens.

Durante muito tempo esse foi o argumento de defesa usado pelos chimpanzés: “chegamos aqui primeiro, o mundo nos pertence”. Essa frase foi proferida por Jesus, um artista plástico da antiguidade, famoso por suas esculturas de madeira. Foi com base nessa ideologia que Jesus montou o primeiro grupo terrorista da história, posteriormente conhecido como “Os 12 macacos”. Dizem que na época, até Brad Pitt quis entrar para o grupo, mas como era um Australopithecus afarensis, isso não foi possível (os chimpanzés sempre foram muito segregacionistas). O livro deixado pelo grupo, popularmente conhecido como Bíblia Sagrada, até os dias de hoje é usado como base para se cometer as maiores atrocidades por terroristas e delinqüentes diversos.

Mas voltando à Pré-História... Simas logo tomou conhecimento das faculdades etílicas do mundo em que se encontrava, e assim, com toda a felicidade de um paraíso apenas seu para desfrutar, conhecer e criar, Simas era capaz apenas de se embriagar e recitar poemas. Passava manhãs, tardes e noites recitando. E EDI viu que não foi bom. Porém satisfazia-se em estudar as capacidades mentais de sua “criação”. É claro que quando Simas inventou a arte pós-moderna EDI decidiu dar um basta naquela palhaçada.

E para isso, a próxima coisa a ser criada seria o sexo explícito e o voyer. Assim surgiu Milene, a primeira fêmea chimpanzé. O resultado disso nosso leitor Homo sapiens já deve ter sido capaz de prever: nem utilidade e nem diversão. Simas e seus descendentes mostraram-se incapazes de realizar as tarefas mais simples, como fabricar e utilizar uma ferramenta, ou até ler Bukowski aos 20 anos de idade. Ou até ter uma ereção. O famoso “crescei e multiplicai-vos” não foi um conselho muito bem vindo, digamos assim.

Acima de tudo, EDI estava de saco cheio. Observar aqueles seres era muito mais chato do que passar horas vendo peixinhos num aquário. Até porque os peixinhos de EDI eram monstros marítimos gigantescos e pré-históricos que ela havia desenvolvido bilhões de anos antes. Definitivamente os chimpanzés não constituíam o que se pode chamar de entretenimento. A primeira coisa que passou pela cabeça de EDI foi afundar todos aqueles fãs de Fernando Pessoa num dilúvio de proporções mundiais. A segunda coisa foi: “Nããão... muito sádico...”

E foi neste momento, por volta do Plioceno/Pleistoceno, que a luz da sabedoria veio à tona: Por que não... Hominídeos? Sim, hominídeos! Seres que não só lessem Bukowski aos 20 anos de idade, como também fossem plenamente capazes de reconhecer que Bukowski só podia ter sido um chimpanzé selvagem. Seres que pudessem ter uma ereção e levassem o “crescei e multiplicai-vos” a sério. Que fizessem filmes pornôs e piadas inteligentes na mesa do bar. Seres... suficientemente complexos.

Deu-se início ao processo de aperfeiçoamento. Depois de muitos hominídeos, muitos Homo alguma coisa, e muitos milhões de anos, chega-se ao ápice. Sim, a evolução do design inteligente sempre teve um objetivo final: Homo sapiens num mundo globalizado. E sim, essa última frase foi totalmente irônica e pejorativa. Mas não sendo de forma alguma meu objetivo desviar o assunto, voltemos à questão fundamental...

É fato que a hominização da sociedade foi muito útil para EDI. Agora ela podia se divertir fingindo ser um telespectador do Big Brother. Mas para os chimpanzés selvagens... nada foi tão doloroso quanto a sua mais nova e cruel condição de desfavorecimento frente à seleção natural.

Num misto de inveja e discriminação, os chimpanzés deram início ao maior confronto da História.

E de lá pra cá, nada mudou...²
___________
1 MORIN, Edgar. O enigma do homem. Cap. 3: “Nossos irmãos inferiores”. Círculo do Livro, São Paulo.

2 Mais informações em http://nochimp.cjb.net – Um site para você que cansou de abusos.


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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sinto Saudades...

Eu sinto saudades. Coisa estranha essa tal de saudade. Você não vê, não pega, mas ela está ali. Saudade dói. Dói forte. É como se alguém estivesse apertando o seu coração; estrangulando-o.
É uma dor imaterial. Não dá pra fazer curativos. Mas há consistência neste imaterial. Eu sinto saudade dos sonhos. Do cheiro. Do gosto. Das carícias trocadas. De tudo que poderia ter sido. Não foi. Eu sinto saudade das palavras doces. Do olhar carinhoso. Dos planos loucos. Eu sinto saudade também do que não existiu. Queria tanto que tivesse existido. Mas não houve. Eu sinto saudades. Ela mora em mim. Um dia para de doer. Ela está começando a ir embora. E eu já sinto saudades.


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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Eles Não Estão Sozinhos

Estão em todo lugar: em casa, no trabalho, na escola, até mesmo nos carros de polícia do Rio de Janeiro. Os computadores são aparelhos inventados há alguns anos e feitos para facilitar/infernizar nossa vida – eles não estão sozinhos, as trevas os acompanham.

Já repararam que se você está há dias fazendo um trabalho – uma mamografia, como diz a Juliana – e o bendito, isto é, o maldito falha justo na hora de você gravar? Isso acontece sempre, não é? A verdade é que demos tanto poder para os computadores que passamos a ser dominados por eles. O Pink e o Cérebro entenderiam isso se não fossem tão inventivos e, conseqüentemente, inteligentes (essa última palavra só cabe ao Cérebro, digamos).

Uma amiga minha, que cursa a faculdade da terceira idade, estava já com 499 páginas de dissertação de mestrado prontas e, de repente, puff!!! Tudo se perdeu... Ela disse pra mim que só faltava a conclusão para que, no fim deste ano, o calhamaço fosse entregue. Adivinha o que vai acontecer agora: vai ter de fazer tudo de novo – 500 páginas redigitadas por conta de uma perda no HD.

Ele e as trevas têm uma série de investidas contra a nossa paz, lembremos que o computador:

Já nos fez pensar ser 2000 o início do século 21: eu me lembro muito bem disso, milhares de pessoas indo pra Copacabana festejar a chegada de um novo século. Cansei de dizer: o século e o milênio só começam ano que vem em 2000 e 1, 2000 e 1, mas, por mais que insistisse se mantinham confiantes, vestidas de branco e tomando sidra de maçã felizes e contentes. No dia seguinte, o Jornal Nacional avisou que o século só começaria no ano seguinte. O mais estranho de isso tudo foi todo mundo pensar que o Bâgui do Milênio iria fazer com que aviões parassem de voar, escovas de dente elétricas parassem de funcionar e que haveria uma guerra entre paulistas e cariocas(!).

É responsável por aquelas vozes em balanças de farmácia: pouco tempo atrás, era deslumbrante saber que aqueles aparelhos que falavam no desenho dos Jetsons agora seriam realidade para nós, incluindo a balança que fala. Agora, você chega à bendita põe 50 centavos e ela diz, com voz eletrônica: “Fique reto e olhe pra frente | Comporte-se | Pode-se retirar”.

Sorteia rapazes para servirem ao exército: meu amigo Rodrigo, ao 18 anos, já tinha metade do seu curso superior, um orgulho pra familia dele ... Ele chegou ao quartel para se apresentar, os gorilas fizeram a ficha só na base do tec tec tec da máquina de escrever. Horas depois, um dos milicos com a bota bem lustrosa chegou e disse a todos: "Os que forem chamados para servir o E-xér-ci-to Brasileiro, o serão por sorteio. Nossos computadores escolherão os novos recrutas". Computadores? Sei, sei.

Vicia as pessoas que vão a lan houses: eu já disse que odeio lan-houses e repito isso compulsivamente, uma doença, já. Mas preciso fazer uma convocação para dois movimentos de incendiários: um porá fogo nas casas de jogos comigo; outros queimarão pêlos na porta da Gillete! Basta ao monopólio das lâminas de barbear.

Guarda o tal de sistema: você liga pra Embratel, Telemar ou Associação dos Cornos Unidos da Freguesia do Ó e a operadora de telemarketing (a profissão do futuro) diz: Segundo o que constam (erro) nos nosso sistemas, senhor, o senhor tem uma dívida de juros de mora que deverá estar pagando em nos máximos três dia. É o que o computador diz.

Proporciona a você fazer maravilhas. Há um filme que passa sempre em “Domingo Maior” que eu amo: Máquina Mortífera III. Há uma cena especial nesse filme – a do Aniquilador 2000. O Aniquilador 2000 é a arma do futuro. Ele possui múltiplas funções como: quinhentos tiros por minuto, bazooca, microondas, radar, entre outras. Isso era dito enquanto moças de biquíni acariciavam a metralhadora. Muito divertido. Se um computador fizesse isso tudo e ainda viesse com as moças, puxa, ficaria feliz!

Não preciso dar mais provas de que eles têm parte com o capeta. Imagine: você pode fazer consultas com o Walter Mercado e pagar com cartão de crédito, comprar quadros, jóias e pessoas, muitas pessoas. Ah! Não posso esquecer de dizer, para acabar simpático, que você pode ler esse sítio maravilhoso, o Blog do ﮒﻷŖэņęģắđởﻷﮓ .

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Serve-Serve

Estamos atolados de termos em inglês. Isso não me faz me sentir alheado das minhas línguas (em Pelúcia falamos espanhol e, principalmente, o português), mas me deixa bastante irritado quando brincam com pessoas como a Çolange. Tudo bem... eu concordo que ela é bem “zoável”. Zoável porque se confinar numa casa com mais 13 pessoas sem ter o que fazer na vida é uma falta do que fazer (para quem não se lembra a Çolange era de umas das várias edições do BBB, que por ventura minha mãe e irmã gravaram todos os dias exaustivamente como loucas. Mas isso é historia pra outra postagem...) , mas, cá pra nós, foi divertido.

Pensando em Çolange, concordo com as milhares de crônicas que saem em jornais, com os livros que são editados sobre a baixa auto-estima do brasileiro. Falamos português, mas sonhamos falar outra língua como se isso não só servisse para a comunicação com falantes de outros sítios, mas também para criar um pequeno monstro: a “desidentidade” cultural. O Timor Leste, após anos de dominação da Indonésia, luta hoje, junto ao Brasil e outros países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, por manter o português como língua de cultura. Não estou sendo apocalíptico, dizendo que vamos perder nossa língua por ocasião de uma invasão ianque, mas seria triste repetirmos o que fizeram nossos ancestrais europeus ao serem dominados por Roma: escolheram o latim deliberadamente, deixando suas línguas de origem.

O vovô aqui já viu o Brasil ser invadido por outros modismos como “abat-jour”, o seu atual, abajur e garage, nossa garagem – tudo culpa dos anos em que vivíamos a belle epóque. Essa coisa de espelhar-se em outro povo, ou, até mesmo, viver como outro povo, pode ser até certo ponto saudável. Mas é muito tênue a linha que divide a subserviência da antropofagia consciente (salve, modernistas!). Não sou contra a proliferação dos cursinhos de inglês, japonês, chinês, espanhol ou francês – não sou xenófobo e nem vamos chegar ao ponto de expulsar jornalistas (pense em milhares de pessoas expulsando jornalistas do País, que divertido seria). Sou contra, sim, à obrigatoriedade de falarmos uma língua que não é a nossa.

Não somos obrigados a saber a sintaxe e os fatores corretos de outra língua quando achamos que o dia 31 de outubro estava muito sem graça sem feriado algum – e agora escolhemos festejar o Dia das Bruxas. Pense se não seria muito mais interessante, em vez de termos tantos termos ingleses pipocando em tudo quanto é canto, falarmos esses mesmos termos “aportuguesadamente”. Sou um defensor da língua – qualquer língua –, pois há de se respeitar as normas e o uso dos sistemas lingüísticos. Mas sonho um dia falarmos, em vez de:

self-service = “serve-serve”
delivery = “deliri”
e-mail = "o meio"
"very important people - VIP": Gente tudo dos trinque ou "mulheres-que-dançam-com braços-levantados-em bailes-de-carnaval"
blog = "brógui"
Mc Donalds = "lanchonete do capeta"
Drag Queen = "Ui!"
site = cafofo do demo
CCAA = Satanás
IBEU = Satanás
yes = parangaricutirimirruaro
ok = guatchatchá
light food = comida luz
Light = a companhia de luz do capeta
fast-food = (isso tem um som tão horrível que não quero aportuguesar)



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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Esses Cães Maravilhosos e Seus Donos Voadores

Ter um cachorro em casa e acompanhar sua trajetória de vida pode parecer um tanto prosaico para algumas pessoas. Mas os dignos de possuírem a amizade canina sabem tratar-se de uma experiência emocionante e incrível. Se não, vejamos:

O cãozinho chega ainda filhote e brinca com chaves, morde os móveis, faz xixi no tapete e rola pelo chão. Precisa ser ensinado, receber proteção e cuidados.

Passado algum tempo, entra na adolescência canina e acha que toma conta do pedaço, e o dono precisa mostrar que ele é que é o ‘líder da matilha’, o cara que dita as regras.

Nesta ocasião, é como se ele fosse um filho crescendo rápido.

Tendo crescido, o cachorro consolida-se como grande amigo e companheiro de seu dono. Espera por sua chegada, passeia com ele, conhece seu humor, e se ele for criança, certamente será cúmplice de suas aventuras e traquinagens.

Aqui o au-au, de filho, passa a ser um verdadeiro irmão.

Corajoso e um tanto ciumento, o cachorro dedica-se a proteger sua família humana com unhas e dentes, até ficar bem velhinho. E embora com os músculos mais fracos, menos brincalhão e talvez um pouco ranzinza, ele continuará carinhoso, leal e companheiro....

... como um pai.

Por crescerem muito mais rápido que nós, acompanhamos todas as fases da vida de nossos animais de estimação, mas diferentemente de uma planta, eles interagem conosco e também nos vêem crescendo. Sorte de quem ganhou um cãozinho quando criança e pode tê-lo por muito tempo, porque aí a mágica é ainda maior. Minha cachorra, a Paloma, foi criança junto comigo, foi adulta quando eu era um adolescente e idosa quando eu fiquei adulto. Cuidou de mim como eu cuidei dela.

Sei que neste momento há alguém chorando pela morte de um desses amigos. Essa é a parte ruim de uma história que não poderia terminar de modo menos emocionante. Provavelmente, estará lembrando da primeira vez que o viu, sentindo remorso pelas broncas dadas, imaginando se ele deve ter sentido alguma dor, tudo misturado com saudade e com o medo de chegar em casa e saber que desta vez alguém não estará ali ansioso para recebê-lo.

Se acreditasse em Papai do Céu, estaria certo de que todos os amigos cachorros estariam num lugar igual à Ponte do Arco-Íris*. Mas como não acredito, consolo-me em voejar com o pensamento pelas lembranças e reconhecer que, inevitavelmente, um dia eu também partirei para o mesmo lugar onde eles estão.


* Num lado do paraíso existe um lugar chamado Ponte do Arco-Íris. Quando um animal morre, aquele que foi especialmente querido por alguém, vai para a Ponte do Arco-Íris. Lá existem campos e colinas para todos os nossos amigos especiais, pois assim eles podem correr e brincarem juntos. Lá existe abundância de comida, água, e raios de sol, e nossos amigos estão sempre aquecidos e confortáveis. Todos os animais que já ficaram doentes e velhinhos estão renovados com saúde e vigor; aqueles que foram machucados ou mutilados estão perfeitos e fortes novamente, exatamente como nós nos lembramos deles nos nossos sonhos, dos dias que já se foram. Os animais estão felizes e alegres, exceto por uma coisinha: Cada um deles sente saudades de alguém muito especial, alguém que foi deixado para trás. Todos eles correm e brincam juntos, mas chega um dia quando um deles pára de repente e olha fixo na distância. Seus olhos brilhantes estão atentos; seu corpo impaciente começa a tremer levemente. De repente, ele se separa do grupo, voando por sobre a grama verde, mais e mais rápido. Você foi visto e quando você e seu amigo especial finalmente se encontrarem ficarão unidos num reencontro de alegria, para nunca mais se separar. Os beijos de felicidade vão chover na sua face; suas mãos vão novamente acariciar tão amada cabecinha, e você vai olhar mais uma vez dentro daqueles olhos cheios de confiança, que há muito tempo haviam partido da sua vida, mas que nunca haviam se ausentado do seu coração. Então vocês, juntos, cruzarão a ponte do Arco-Íris.


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Crônica às Estátuas

Houve um tempo em que as estátuas estavam absolutamente mudas, sim, elas não expressavam mais nada além de uma posição etérea, comprometida com o tempo, espaço, com a memória e com o estar-no-mundo estáticas – como seu próprio nome sugere. As estátuas sempre prezaram por ficar ali, paradas, frias e mudas – sem força, hemos de convir – aparentando uma força de contemplação e verdade que só os deuses do Olimpo poderiam ter. Um dia, os artesãos decidiram dizer não pra toda essa chateação de estátua parada, sem força, sem fio, sem fé, sem posição nenhuma além daquela posição tão etérea e comprometida com o tempo e o espaço. Foi algo quase de inconsciente coletivo (pra lembrar Seu Young), decidiram então, lá pelo século XVIII desenhar e formar esculturas que pudessem expressar, além da beleza e da idéia de sublimação (aquele processo em que sólidos viram gás num passe de mágica que dura semanas, anos, milênios, gritos, dores, descontentamento) – elas ganharam movimentos. Movimentos contíguos aos da humanidade – deixaram de participar de uma transformação condicionada de sólido em ar e passaram a estar cada vez mais fundidas à terra. Muitas estátuas se perderam: por onde anda, por exemplo, aquela que mostrava a glória de D. Sebastião ou de Duque de Caxias ou de D. Pedro ou de D. Quixote ou de Zeus ou de um monte de mentiras sobre as quais a humanidade montou como estão todas as estátuas: montadas sobre cavalos e cavalgam pela história. Ontem, uma menina mordeu um bolinho mordido – virou estátua num lixão aqui perto das casas; virou urubu – lá onde se fundem e sublimam os lixos e os restos que vão pelos ares da cidade. A menina que mordeu um bolinho mordido se chama Estátua - ela diz todo dia que a vida não tem mais nada que fazer comer e trabalhar Estátua não trabalha Estátua não vive Estátua não sai do chão em que está fundida Estátua não come nunca comida que os seres humanos devem comer. E junto de outros e outros monumentos do seu tempo, estátuas que brincam em meio a tantas casas que não são as suas Estátuas que não entendem o que vêm fazer na esquina em que são contempladas todos os dias e as janelas dos carros riem se riem por não poderem tirar da arte o grotesco - o concreto é sempre definitivo.

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sábado, 10 de novembro de 2007

Um dia eu aprendo...

Fiz uma listinha de coisas que tenho a certeza de que um dia ainda vou aprender.
Não que eu não as reconheça agora, na verdade eu até as reconheço, mas sei que deveria praticá-las mais.

*Aproveitar melhor o meu tempo sozinho;
*Entender que a experiência gera conhecimento, mas o contrário não é verdade;
* Dormir mais de 4 horas por noite;
* Preciso me controlar mais quando fico irritado;
* A minha mente não precisa envelhecer com meu corpo;
* Honrar as pessoas que eu mais me importo;
* A importãncia de se chegar no horário;
* A profundidade do que assumo com a minha boca;
* Reconhecer que ainda tenho muito (mas muito mesmo) a aprender;
* Não preciso ser tão perfeccionista

(esperei a lista ter 10 itens para publicar este post).

Interessante. Foi só eu começar a escrever este post que novas "coisas a aprender" começaram a aparecer na minha mente.

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Cansei

Cansei de existir, cansei de viver, cansei de mim, cansei de ser eu... Cansei de tudo, nada faz sentiso na droga da minha vida... Como não ando cuidando de mim, de meus amigos, de meus parentes, da minha vida... Esta droga está toda refletida na merda de vida que venho levando nos últimos tempos, não como direito, não durmo direito, não ajo corretamente... Sou um ser estranho, e cansei de ser assim, cansei de mim, cansei da vida, cansei deste blog... Esta droga toda acaba por aqui... Pena que com a minha vida a coisa não será tão simples assim...

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Cansado de viver...

Cansado de viver na desorganizaçao que me assola. A vontade é tanta que nem aperto as teclas decentemente para que saiam sentimentos com força de sentimentos, porque tudo o que digo sai desconexo e sem sentido. as palavras perdem o sentido quando lhes tento dar algum, já que palavras não são palavras se não transmitem nada.

Até isso consegui fazer: destrui o objetivo das palavras. era bom quando conseguia, era bom quando era forte, era bom quando tinha barreiras imunitárias, era bom quando era eu, mas agora que me deitei numa cama que não é minha, quando desisti de procurar um aconchego no meio da guerra. Desisto de ser, desisto de viver, desisto de tentar, desisto de desistir, porque é que tem de ser tão dificil?
Ninguém me disse que o era, e saí do abrigo desprotegido, sem armas para lutar, sem armas para matar, porque na guerra sobrevive-se de qualquer forma, pisa-se, humilha-se. Na guerra foge-se do que eramos no abrigo, mas como uma flor sai para o sol sem saber sequer o que era, trouxe o meu cobertor, a minha roupa, uma fotografia tua e o meu livro que me dá palavras amigas e confortáveis, trouxe o meu pequeno mundo que cabe dentro dum quarto, mas não trouxe o que era preciso: armas. Não trouxe. Agora com o mundo a explodir em cima da minha cabeça, choro com medo do que vai acontecer, choro porque não sei se quero viver, choro porque sei que mais cedo ou mais tarde não vou aguentar mais, não vou poder me esconder mais dentro de mim próprio, e uma bomba caírá mesmo em cima do meu corpo frágil e pequeno, porque terá que acontecer, porque é a guerra. A guerra das pessoas, a guerra do amor, a guerra da amizade, a nossa guerra, a guerra que preparamos, a guerra que nos atiram, a guerra de que nos fazem chorar, mas quando o choro já nao mata a dor, escondo-me no buraco negro que passou a ser a minha alma, esse buraco é de onde vem o som dos passaros e os raios de sol. Aqueles que nem eu consigo chegar, mas é o meu abrigo, esse buraco negro, longe de tudo. Longe de ti, mas mesmo assim, parece que a memória nos quebra o muro e traz pará este lado aquilo que nunca deveria ter existido. Então a guerra formou-se na minha alma, e agora não consigo ter paz, nem aqui, dentro de mim mesmo. Ouve-se gritos mesmo ao meu lado, até quando estou sozinho, e tapo os ouvidos, tapo e fecho os olhos firmemente para que parem! parem! parem! mas não me ouvem, porque gritam. Todos gritam, todos aqueles que conheci. todos aqueles que me magoaram, todos aqueles que me trataram como lixo, até todos aqueles que me amaram ou fingiram que sim, todos. E eu continuo de olhos cerrados, até que consigo imaginar o mar, o vento, o sol, e a paz... só quero ser eu.
Mas na guerra nao há o "eu", mas sim uma causa, e essa causa é a sobrevivencia, para isso esquece-se quem fomos, quem somos, vivemos, conhecemos, matamos, e é essa a nossa causa: ser melhor!
Mas eu não quero ter uma causa, só quero poder passear na praia sem ouvir gritos, quero passear e conseguir respirar a maresia, não o pó dum campo de concentração, nem o cheiro, nem o horror, nem o barulho das bombas, nem os sussurros, nem a dor, nem a lágrima, nem o aperto de mão frustrado, nem o medo, nem o cansaço, nem a frieza, nem a solidão, nem a tristeza.
Não quero sentir nem ver nada disso. Só peço um dia, um dia de sol, com céu limpo e só o cantarolar dos pássaros no meu ouvido, um dia de calor, calor humano e calor natural. Um dia de ar puro, um dia sem gritos: só sussurros, um dia sem lágrimas: só sorrisos, um dia sem dor, um dia que nunca virá... assim perco a esperança de ver esse dia. Escurece, tal como escureceu há muito a minha alma.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Emprego...

Bom, como algumas pessoas sabem, eu estou desempregado. Mas tenho muitos amigos que se ofereceram a me ajudar na árdua e complicada missão de encontrar um emprego.

Emprego no Rio de Janeiro esta cada dia mais difícil, a outrora cidade maravilhosa que dava tantas oportunidades, hoje em dia esta mais cruel, fria, sádica...
Certo dia saí com um amontoado de papéis debaixo do braço dizendo à minha mãe que iria procurar emprego. Ledo engano quando me deparei com filas enormes nas agências de emprego. Então depois de enfrentar várias filas, e transtornos, eu consegui entregar meus curriculos.
Mas eu mal sabia que o pior estava por vir..., olhando num jornal da região vi que estavam precisando de um tecnico em informatica numa lojinha de manutenção de computadores.
Logo fui a tras da esperança de conseguir meu tão sonhado emprego. Pensei comigo mesmo:- Como está num jornal de bairro eu duvido que tenha muitos candidatos lá. Quando cheguei eu não acreditava que a fila estava dando volta no quarteirão.

Respirando fundo e me certificando do endereço eu perguntei para o ultimo da fila pra que era aquela fila, ao passo que ele me disse que era para o tal emprego de manutenção..., fiquei ali mesmo postado em pé umas 2 horas, já estava cansado e com fome, pensei em comprar um salgado ou um cachorro quente que tinha numa barraquinha lá perto, mas quando olhei e vi que higiene era uma coisa que o dono da barraca não conhecia eu desisti.

Passado umas 3 horas até meu grande objetivo de entrevista, enfim chegou a minha vez, entrei numa salinha um pouco apertada com vários monitores estocados, e conversei com a entrevistadora, uma senhora aparentando ter entre 38 e 42 anos, Lúcia era seu nome.
Lucia era até que uma boa pessoa, mas acho que por causa da cansativa rotina ela ja estava um pouco estressada, olhando meu curriculo ela ja foi logo me descartando por causa da distancia, elaqueria alguem do bairro e eu morava a uns 50 minutos de lá. Retruquei dizendo que o Metrô me deixava perto e que eu chegaria bem cedo. Mas ela não aceitou o proposta, me devolveu o curriculo e dissse que eu era novo e que ainda teria minha oportunidade...

Saí de lá rapido e com raiva, afinalç fiquei quase 4 horas passando fome e vendo coisas das quais ainda tenho pesadelos até hoje. É meu chapa, Centro da cidade tem coisas que assustam mais do que qualquer filme de terror.

No outro dia eu resolvi mudar de tática, eu aceitei a ideia de ajuda dos meus amigos, e dei alguns curriculos a eles. No presente momento tenho 3 ótimas propostas de emprego. Melhor que isso só se eu ganhar na Mega Sena ou conseguir conquistar o coração da Juliana Paes..., ok, ok, to sonhando não é mesmo? Então vamos sonhar com algo mais realista certo? Conseguir um emprego bom e conquistar a Carol...

Só coloco isso aqui por que sei que ela não vai ler.

Bom agora vou indo nessa pois vou fazer uma entrevista, mas amanhã eu posto alguma coisa relacionada ao dia de hoje.


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Animais e Insetos Nojentos: Quem Tem Que Resolver Esse Problema?

Acho que em todos os lugares a situação deve ser mais ou menos a mesma quando aparecem aqueles animaizinhos nojentos: as mulheres entram em desespero e cabe a nós darmos um jeito. Aliás, acho que as mulheres só mantêm os homens no mundo por este motivo. Quem mais daria um jeito de eliminar essas pragas e abrir potes de azeitonas e outras conservas? Afinal, os cientistas já não foram capazes de criar um embrião de rato a partir de dois óvulos?

Em casa particularmente sou bastante cotado para a eliminação de criaturas nojentas em geral. Basta aparecer alguma que a reação de qualquer integrante feminina da minha família (mãe e irmã) vai ser a mesma: "Jeferson, corre aqui: tem...

... um rato": esse é o clássico dos clássicos! Por acaso as mulheres carregam algo no código genético que as faça reagir sempre da mesma maneira? Analisando, podemos até mesmo encontrar fases distintas do medo patológico contra esses roedores. Na fase um, temos O Chamado: esta é a hora do grito esganiçado e desesperado clamando por ajuda. Na fase dois, ocorre a Explicação Desconexa de onde está o bicho: muitas vezes temos que adivinhar por pistas pescadas nas frases sem sentido. A fase três é a Hora da Proteção: isolam-se as portas e rotas de fuga, um abrigo alto é tomado e uma arma empunhada (normalmente cadeiras e vassouras respectivamente). Já mais tranqüilas e enquanto estamos arrastando coisas atrás do infame e repugnante animal, começam Os Palpites: essa quarta fase é terrível pois, além de não ajudar em nada, se o rato escapa ficaremos escutando os famosos "Eu te disse para fazer isso...", "Se você não fosse tão teimoso...", "Você estava com mais medo do que eu...", por muito tempo. E após o fim da peleja, temos a fase cinco, A Conclusão: se o ordinário foi derrotado, agradecimentos mil... se não, volte à fase quatro e veja algumas frases que serão proferidas...

... uma barata aqui!": eita bichinhos nojentos que são as baratas, não é mesmo? Essas eu mato com raiva mesmo. Onde já se viu essa criatura ser capaz de sobreviver até mesmo a um holocausto nuclear, um sucesso da evolução, vivendo em esgotos, comendo lixo, restos de comida e tudo o mais que passar pela frente e ainda vomitando por todo lugar que passa?

... uma lagartixa.": olha, sinceramente se me pedirem para matar uma lagartixa eu sou capaz de xingar a pessoa e ainda dar um jeito de salvar o pobre réptil. Não sei por que, mas sempre tive um carinho especial por elas, e tenho certeza que se todos pararem para olhá-las com mais atenção, conseguirão enxergar a beleza interior delas: afinal a barriga branca da lagartixas é transparente, heeheehee. Além de tudo isso, elas ainda são vorazes apreciadoras de baratas! Se elas são inimigas das baratas só podem ser "gente" boa!

... uma aranha!": essa é mais o caso da minha irmã caçula. Nunca vi alguém ter tanto medo de aranhas como ela. Sabem aquele filme Aracnofobia? Então, ela ficou semanas sem conseguir dormir direito por causa dele. Muitas vezes ela nem consegue falar a palavra aranha, mas quando ela me chama com a voz num tom esganiçado específico já até sei que o inimigo a ser enfrentado só pode ser um aracnídeo. O legal é ficar a ameaçando com o cadáver envolto em um pedacinho de papel higiênico e ver o desespero dela, heeheehee.

O fato é que posso ter nojo de muitos desses animais, como ratos, baratas (essas eu realmente odeio) e lesmas, mas não tenho medo, não. Acho que por eu ser muito curioso, ou talvez por ter muita coragem, vai saber.

Só sei que outro dia enquanto ajudava a minha mãe a arrumar o jardim de casa fui surpreendido por um grito assustado dela: "Caramba, um escorpião!". O que vocês fariam nessa hora? Fugiriam desesperados para o mais longe possível do local? Correriam atrás do inseticida mais próximo? Ou fariam como eu, que larguei tudo o que tinha na mão e pulei para bem perto do local e fiquei perguntando para a minha mãe onde estava o bicho?

Quando ela olhou com mais calma admitiu: "Ah, me confundi: era só um galho seco...". Alguém consegue imaginar a minha decepção ao encontrar um galho sem graça no lugar de um escorpião?

Que droga: um dia ainda encontro um desses pessoalmente.


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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Fraqueza...

São 01:14 da manhã de Terça - Feira, 6 de Novembro de 2007.

Fraqueza: s.f. Falta de força, de solidez, de resistência: fraqueza de constituição. / Fig. Falta de firmeza, de capacidade espiritual, moral ou intelectual: fraqueza de caráter, de espírito. / Pusilanimidade, falta de ânimo: tal insucesso foi fraqueza minha. / — S.f.pl. Fragilidades, falhas, defeitos: perdoar as fraquezas humanas.

Se baseando nisso eu começo a escrever, mas não vou escrever sobre as fraquezas do mundo, nem das pessoas do mundo, vou me concentrar em uma única pessoa, a única em que eu realmente posso afirmar que tem várias fraquezas e que as assume. EU!

Vivo em depressão à muito tempo, tento esconder de todos e acho que consigo. Mas em alguns momentos eu não consigo. E esses é um dos momentos de fraqueza, é meu momento de demonstrar a minha falta de ânimo, minha auto-estima baixa, e minhas decepções.

Não sou um cara sem objetivos ou ambições. Como qualquer ser humano eu tenho as minhas.
Só que não sou igualmente ambicioso como todos os outros. Tenho ambições diferentes das pessoas normais.
Um exemplo disso: tenho amigos cursando faculdade, estudando e batalhando para ter suas casas, seus carros, suas viagens...
Eu já batalho e luto por uma coisa diferente, tento ser o cara legal que todo mundo gosta. Passo essa imagem para alguns, mas na verdade não sou isso.
Tenho fraquezas, tenho defeitos, decepções, mágoas....

Estou escrevendo aqui e nem sei o que quero escrever, estou usando aqui como uma válvula de escape. Nunca escrevi muito bem. Até tento, mas nunca consegui.
Sei que quase ninguem irá ler o que está escrito aqui, ninguém vai compartilhar dessa dor comigo, mas eu realmente queria que ninguem soubesse disso.

Estou escrevendo coisas a esmo, sem concordancia, sem nexo...
Acho que vou deixar isso aqui só para me lembrar amanhã do quanto eu sou doido e deprimente.
Espero não assustar alguem e nem mesmo deixar uma imagem de doido(apesar de eu ser um).

Inclusão Digital

Existe um estudo estatístico afirmando que o e-mail é mais utilizado do que o telefone como meio de comunicação. Com certeza o Brasil é um ponto fora da curva nessa estatística.

Você é um privilegiado por poder ler esse post em nosso blog. A maior parte da população brasileira não tem acesso à Internet e muito menos sabe o que é um blog.

Mas essa realidade pode mudar, existem projetos fortíssimos com relação à inclusão digital tais como os Telecentros.

Mas, o que é Telecentro?

"Telecentros são espaços com computadores conectados à Internet banda larga. Cada unidade possui entre 10 e 20 micros. O uso livre dos equipamentos, cursos de informática básica e oficinas especiais são as principais atividades oferecidas à população."

Qual o objetivo?

1 - Diminuir os índices de exclusão digital e social;

2 - Capacitação profissional;

3 - Re-qualificação do espaço do entorno da unidade, através do aumento do fluxo de pessoas nas ruas da região;

4 - Disseminação de Softwares Livres;

5 - Participação popular, através dos conselhos gestores;

6 - Jornalismo comunitário, através do site do Telecentro.

As definições acima foram retiradas do site oficial do projeto, mas para mim os Telecentros são muito mais do que isso. A união de pessoas de diversas classes sociais através da Internet pode ajudar a inverter a situação sócio-econômica do país.

São milhares de idéias de milhões de pessoas sendo discutidas e compartilhadas, que podem ajudar em uma conscientização política que ainda não temos. Sem falar no incentivo ao uso dos Softwares Livres, dois quais qual sou fã.

Você já sabe o que é a GPL (General Public License)?
Vou colocar um trecho aqui para você ter uma idéia:

"As licenças de muitos softwares são desenvolvidas para cercear a liberdade de uso, compartilhamento e mudanças. A GNU Licença Pública Geral ao contrário, pretende garantir a liberdade de compartilhar e alterar softwares de livre distribuição - tornando-os de livre distribuição também para quaisquer usuários."

Leia a GPL por completo aqui.

Parece utopia mas é realidade. O exemplo mais expressivo da aplicação da GPL é o GNU/Linux, mas isso já é um assunto para outro post.

Voltando à vaca fria, em softwarelivre.org vemos o impacto dos Telecentros e do Software Livre nas periferias. O texto descreve como Cléber Santos, de dezoito anos (pai, pedreiro desempregado e mãe, faxineira), frequentador do telecentro da Cidade Tiradentes, conseguiu trocar idéias com Richard Stallman (fundador da Free Software Foundation).

Mas não são só os Telecentros que estão ajudando na inclusão digital. Jaime Szajner, engenheiro eletrônico e professor aposentado da FEEC (Faculdade de Engenharia Elétrica de Campinas), também está querendo dar uma mãozinha.

Há cinco anos ele trabalha em um projeto de montar um computador que custaria em média R$ 750,00, cerca de 25% menos que um computador comprado em uma loja de informática. Chamado de “Projeto Incluir”, tem por objetivo produzir um computador popular que ajude a promover a inclusão digital e social de milhões de brasileiros.

Mas como nem tudo é uma maravilha o maior problema do projeto são os encargos fiscais a que o governo não quer conceder isenção.

Bem, acho que é isso, a solução para a exclusão digital não é somente de responsabilidade do governo. Se você tem uma idéia de como ajudar, não deixe que nada o desanime e não descanse até ver sua idéia em prática!



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A Importância da Comunicação

Vivemos cercados de pouco entendimento entre muitas e muitas partes. Nossa vida se regula pelo nível de comunicabilidade de que desfrutamos. Chacrinha, um mestre da comunicação, consagrara como bordão a frase: "Quem não comunica se trumbica". É por isso que temos hoje quatro mídias: a internet, a mais recente, a tv, o rádio e a imprensa. Além das mídias que nos levam à comunicação à longa distância, lançamos mão do telefone e outras cositas más. Mas não há nada mais eficaz que a comunicação tete-à-tete. Ou não.

Se nossas mães soubessem que era tão ridículo dançar quadrilha e se enfeitar de índio no 19 de abril, elas nunca, nunca iriam fazer isso. Mas, não. Parecem que não escutam ou vêem que odalisca não é fantasia de carnaval nem aqui nem na China, sem contar as fantasias de bailarina e palhaço. Queria que dissessem isso pra elas - será que consegui?

Alguém avisa ao Raul Gil - pecamos por omissão, é verdade. Alguém, por favor, avise ao Raul Gil que ele tem uma herança riquíssima para ser pega na garganta do diabo, em Foz do Iguaçu, embaixo da queda d'água mais forte. Detalhes, para pegar a mala, que está presa num rochedo, ele não pode usar bote salva-vidas, muito menos corda. Deve descer sem equipamento nenhum de segurança. Só não lhe avisem que é um plano pra ele nunca mais apresentar aquele programa chato das tardes de sábado.

Pôr fogo em lan houses: Sim. Eu sou um incendiário. Odeio lan houses, apesar de viver nelas. O que ocorre é que se não gritassem tanto, talvez pudessem contar com meu apoio. Mas idade da pedra em 2007 não dá!

Telemar / OI: o governo entregou meio país a essa empresa horrível. Onde já se viu colocar ligações para Kuala Lampur na sua conta de quem mora em São Gonçalo ou Cabrobó da Serra!!! Será que eles pensam que somos todos terroristas?

Pessoas que gritam no cinema: o filme é até engraçado, mas alguns cismam de ficar gritando como macacos em dia de chuva. Eles não se conformam em comunicar-se com os celulares ligados na sessão, o mau hábito de ficar comendo e cochichando e então gritam gritam gritam quando o mocinho pega a mocinha naquela hora. Ninguém merece.

Gente que não entende que você está ocupado: Tá! Você tem um msn repleto de contatos; é popular; é O Cara! Mas não é aceitável o fato de ter tanta gente no seu pé enquanto seu status está "Ocupado". Esses chatos que ficam dizendo: e aí? o que está vestindo? o que acha dos problemas na câmara municipal da sua cidade? pôs o lixo pra fora? - devem morrer.

E-mail do inferno: Odeio e-mails com bebês, rosas, muitas rosas e ursinhos de papel de carta. Eles deixam seu computador cheio de kbytes indesejáveis, além de deixar você mais inspirado a MATAR MATAR MATAR!


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domingo, 4 de novembro de 2007

O Mundo Quer Saber

Os homens sempre se perguntam por que as mulheres costumam ir ao banheiro acompanhadas das amigas. Há décadas várias hipóteses vêm sendo formuladas para resolver este dilema. Nenhuma delas, contudo, responde satisfatoriamente a questão. Entre estas, faz-se necessário citar algumas pelo seu caráter popular entre o público masculino (ou não):

Hipótese 1: As mulheres são muito fofoqueiras
Segundo esta premissa, as mulheres permanecem na mesa por um longo tempo até avistarem outra com um vestido muito feio. Daí elas vão ao banheiro e fazem o equivalente a uma tese de mestrado sobre o conceito de ridículo na moda contemporânea.

Hipótese 2: As mulheres são muito estrategistas
Esta proposição nos explica que as mulheres vão ao banheiro juntas para discutirem a melhor maneira de agarrar o cara ao lado do som, assim como despistar a namorada dele que está jogando sinuca.

Hipótese 3: As mulheres são muito lésbicas
Assim as amigas ficariam na mesa até não agüentarem mais de tesão e correrem para o banheiro na intenção de fazer sexo selvagem com um vibrador cor de rosa chamado La vie en rose.

Hipótese 4: As mulheres precisam de ajuda para urinar
Sim, as mulheres, na falta de papel higiênico, e principalmente na falta de ginga, precisam de um outro ser humano capaz de lhes balançarem ao fim da consumada necessidade.

Hipótese 5: As mulheres vão ao banheiro juntas porque é lá que mora seu amigo imaginário
Sim, um chimpanzé selvagem chamado Tobby que adora conversar com mais de uma garota ao mesmo tempo. Isso explicaria o fato de elas demorarem tanto para voltar à mesa.

O mistério resolvidoDesnecessário refutar tais proposições bizarras. Ninguém sabe, mas as mulheres vão ao banheiro acompanhadas das amigas para que uma delas segure a porta. Ou seja, tudo se dando nesse caso por uma questão de segurança. Como já foi amplamente divulgado, está científica e estatisticamente comprovado que os banheiros da Lapa, desde a rua inferior, não estão de acordo com o padrão internacional de banheiros, mictórios e afins¹, o que torna esta hipótese extremamente plausível num plano inicial.
Agora sim vem a pergunta crucial: E por que as garotas vão acompanhadas por outras mulheres e não por rapazes? A questão é muito simples: acompanhar alguém ao banheiro é uma tarefa que requer muito mais do que simplesmente segurar a porta. É necessário também posicionar-se de forma a tapar os possíveis buracos ou brechas da porta; avisar às pessoas que chegam que o banheiro está ocupado; estar atenta a qualquer acontecimento inusitado que possa vir a acontecer dentro ou fora do recinto; comunicar qualquer bizarrice de última hora que possa vir a impedir a consumação imediata do ato “urinário” (como a chegada da polícia, por exemplo).
Além do mais, os homens não se ligam nesses pequenos detalhes de banheiro por dois motivos que se completam: primeiro o grau de pudor deles é muito baixo, o que faz com que nem prestem atenção se a porta fecha ou se há buracos na mesma (tente se lembrar: quantos caras você já viu urinando dentro de algum banheiro?); segundo, e também por este motivo, eles nem costumam visitar o banheiro do bar em que se encontram (tente se lembrar: quantos caras você já viu urinando fora de algum banheiro?). Todo mundo sabe que o banheiro masculino é mesmo na rua (vale ressaltar que, dependendo das condições, algumas garotas também preferem urinar na calçada).
Você provavelmente está se perguntando: “E se a porta do banheiro for uma porta fechável?”. Bem, se é assim e as garotas continuam indo juntas, então fica óbvio que o fazem por causa do chimpanzé selvagem mesmo (hipótese 5 e a mais coerente de todas as inicialmente listadas). Mas a verdade é que a probabilidade de se encontrar uma porta que, podendo ser trancada por dentro, não tenha brechas, buracos e seja fácil de abrir depois é mínima, não precisando ser, portanto, listada como fenômeno do mundo surreal.²

Notas:
¹ Isso não ocorrerá se você costuma freqüentar bares onde a cerveja é mais de R$ 2,00.
² Depoimento dramático por Viva após ser flagrada num banheiro da Lapa por um rapaz aparentemente surdo, justamente no dia em que sua amiga não foi.


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Alívio MAsculino

Artigo publicado na mais recente edição da renomada revista científica “Scientific, What?” (1) trata de assunto que traz extrema preocupação para homens de diversas idades. Pensando nisso, transcrevo abaixo o artigo:
Próstata: o exame não será mais um problema!
Aos homens, surge uma luz no fim do túnel, ou melhor, na entrada dele.
O Urologista Joseph Vastalakuska, chefe de pesquisa médica da Universidade Federal da República do Turcomenistão (2) acaba de anunciar detalhes sobre um novo método de exame clínico, menos “agressivo” que o conhecido exame de Toque Retal, com o intuito de determinar alterações na próstata.
Segundo o jovem urologista, que em dois meses completa quarenta anos de idade, é fato notório a grande preocupação demonstrada pelos pacientes quanto à necessidade da realização do exame de Toque Retal. “Muitos demoram a fazer sua primeira visita ao urologista temendo a realização de tal exame”, explica o pesquisador.
Pensando nisso ele e sua equipe realizaram grandes esforços na tentativa de encontrar um método substituto para o atual exame e, após cinco anos finalmente parecem ter encontrado uma solução: “Foi difícil, mas parece que finalmente desenvolvemos um método alternativo!”, afirmou, exultante, o médico.
O novo exame visa a automatizar o processo de forma a evitar ao máximo o contato humano. “Substituir a presença da ‘mão’ do médico foi o ponto de partida”, relata Sasser Ystatilian, subchefe do projeto.
Dessa forma, os pesquisadores passaram a utilizar um catéter com uma câmera na sua extremidade para a realização dos exames. Além disso, como nos catéteres utilizados nas angioplastias, este é dotado de um balão inflável que visa à adaptação do instrumento a inúmeros ambientes. A possibilidade de utilização de catéteres foi muito bem vinda, pois os pesquisadores não tinham certeza se o protótipo inicial de seis centímetros de diâmetro seria bem aceito pela maioria da população.
Além disso, a utilização de um dispositivo já existente foi crucial para o projeto pois, dessa forma, mais recursos puderam ser desenvolvidos com a verba disponível. Assim, foi concebida uma membrana especial que tem a capacidade de “sentir” alterações na superfície da glândula, fato que até recentemente justificava a necessidade do Toque Retal.
“Acreditamos piamente que esse novo recurso irá atrair mais e mais pacientes para os consultórios, devido ao fim da constrangedora situação. Agora, uma simples cadeira adaptada para o exame permitirá que, mesmo durante uma consulta normal, o exame seja realizado sem maiores problemas.”, diz o Dr. Joseph. “Além disso,” – destaca o Dr. Sasser – “estamos certos da eficácia do novo método e da pronta aceitação tanto dos médicos quanto dos pacientes.”
Entretanto, apesar das vantagens demonstradas na utilização do equipamento, diversas entidades mundiais têm mostrado uma posição contrária à nova idéia, reclamando de que o fator humano nunca poderá ser substituído em um exame que exige um certo “carinho” para ser realizado.
Ainda assim as entidades médicas mundiais já iniciaram os trâmites de regulamentação do procedimento e ressaltam também a necessidade de adequação das leis de cada país, criando a obrigatoriedade da criação de dispositivos legais que venham a prever o anúncio da presença e identificação das cadeiras dedicadas ao exame, visando a evitar o uso acidental do equipamento.
Do correspondente no Turcomenistão.
***
Com o intuito de promover a prevenção antecipada de alterações na próstata, a “Scientific, What?” ressalta a importância da realização de exames periódicos, nos homens, a partir dos quarenta anos de idade.
Obs.:
(1) “Scientific, What?” é uma respeitada revista científica de circulação mundial, mas que infelizmente ainda não é publicada no Brasil, nem na Europa, Ásia, América do Norte e Oceania.
(2) Turcomenistão é um país do Oriente Médio com área menor que a cidade de São Caetano do Sul.
(3) Este artigo é uma obra de pura ficção. Quaisquer semelhanças com fatos, nomes, dedos ou pessoas reais terá sido mera coincidência.


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