Quem sou eu

Irajá, Rio de Janeiro, Brazil
Estive deprimido nos últimos anos mas parece que acabou. Amanheci muito bem na segunda e continuei bem a semana toda. Percebi uma coisa muito importante. Percebi que sou livre. Estou no auge de minha forma física e mental e sou livre como nunca fui. Livre como talvez nunca vou ser. Mais livre do que a maioria das pessoas que conheço jamais será.

domingo, 9 de março de 2008

Ligações Perigosas: Tecnologia de Última Geração e a Hipermoderna Família Brasileira

O pós-moderno nunca existiu. É o que defende Gilles Lipovetsky. Sendo ele mesmo um dos filósofos que popularizaram a idéia de pós-modernidade, afirmou recentemente que nunca houve algo parecido com o que se propunha. Na verdade, desde a década de 50, estaríamos vivendo apenas uma forma diferente de modernidade. Mais avançada. Uma hipermodernidade. Um moderno mais moderno do que nunca.
De 50 pra cá, a vida do homem moderno mudou sensivelmente em todos os aspectos. A modernidade nos trouxe liberdade sexual e vibradores de diversos tamanhos e cores. E o mais importante e relevante para este texto: a modernidade nos trouxe conforto através de objetos eletrônicos diversos. De liquidificadores a celulares com câmeras fotográficas embutidas, a modernidade nos trouxe até uma máquina que serve apenas para descascar frutas.
Mas ignorando o óbvio que é tudo isso, é evidente que toda essa parafernália eletrônica de que dispomos é de grande valor. Contudo, o que poucos percebem é que essa explosão de máquinas para usos diversos no mínimo contribui para a “burrificação” da sociedade. Não estou atentando unicamente para o fato de que na década de 50 as mulheres sabiam descascar frutas. A conseqüência é mais abrangente.
A parafernália veio. Mas com ela não veio o conhecimento científico/tecnológico que nos permite, por exemplo: tirar fotos dos amigos bêbados com um telefone, ou mandar torpedos com o nick “GaTiNhA_mAnHoSa”. Os eletrônicos foram feitos para leigos continuarem leigos. Você não aprende a usar um objeto, e muito menos compreende os princípios científicos utilizados na produção do mesmo. Você apenas aprende que apertar uns botõezinhos resulta num efeito útil a sua necessidade momentânea.
E isso é confortável. Não saber é confortável. Não ter que aprender é confortável. Foi com esse espírito que nosso mundinho ocidental entrou nessa nova fase, onde uma rede de computadores interligados pela internet tem agora a importância que a televisão já teve. Sim, foi exatamente com esse espírito de preguiça mental que nós entramos na hipermodernidade e... quebramos a cara.
Definitivamente os computadores não são como as outras máquinas. Com relação a este objeto, ou você sabe exatamente o que está fazendo, ou ele constitui aquilo que chamaremos aqui de “treco”. E a conseqüência direta de nossa preguiça mental é que sim, os computadores vivem dando treco.
Trecos são fenômenos não esperados. Os seres humanos não estão preparados psicologicamente para lidar com os mesmos. O que enche o bolso de técnicos evangélicos diversos, que consertam o seu computador e logo após instalam a mais nova versão da Bíblia on line.
Os números não mentem. Todas as pessoas do mundo inteiro já foram capazes de constatar o óbvio: os computadores dão mais treco do que as máquinas de lavar. O computador, além de ser algo extremamente útil também é um organismo vivo cabuloso. Esta pequena máquina à sua frente é capaz de lhe despertar o mesmo ódio que você sentia da sua Tia Alda, quando ela te obrigava a ir fantasiada de pierrô, numa festinha onde todas as suas amiguinhas estavam vestidas de oncinhas ou odaliscas.


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